Inicio esse post deixando explícito que este não é um artigo acadêmico e não tem estes fins. É, também, um resumo que visa explicar e tornar um pouco mais claro a definição de Turismo para aqueles que não trabalham ou não tem estudo na área e, mais especificamente, para todos aqueles que tiverem interesse no assunto.

  Para entendermos de Turismo, precisamos aprender onde ele se encaixa em nossas vidas, e para isso, utilizaremos a Pirâmide das Necessidades de Maslow, criada na década de 50. Maslow foi um psicólogo americano e considerado de grande importância na área da administração. Em sua teoria, ele evidencia as necessidades do ser humano e as separa em categorias de importância. As duas primeiras linhas, formam a base essencial para sobrevivência. Ou seja, sem elas não temos condições de sobreviver. A primeira linha é onde estão as necessidades fisiológicas básicas, que envolvem respirar, alimentar-se, dormir, entre outros. A segunda linha significa as necessidades de segurança. Portanto, a necessidade de não estarmos em sensação de perigo. A terceira linha envolve as necessidades sociais, que é o nosso carecimento de estar em contato com outras pessoas, em círculos sociais, relacionamentos íntimos e etc. A quarta linha são as necessidades de autoestima. Ou seja, se você não tiver confiança em si mesmo, não será capaz de viver inteiramente. E a quinta e última linha são as necessidades de autorrealização.

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  A execução do turismo está na última linha, nas necessidades de autorrealização. Pois não é uma necessidade de sobrevivência, e sim, de vivência. Deixando mais claro: Com o nosso salário, temos uma lista de prioridades; primeiro compramos alimento, pagamos as contas essenciais (luz e água), compramos roupas de necessidades básicas, utilizamos o dinheiro com transporte e etc. O turismo somente será um gasto se todas as outras necessidades forem preenchidas anteriormente. Se estivermos passando fome, ou qualquer outra necessidade básica, não vamos gastar dinheiro com uma viagem, por exemplo.

  Entendido onde o turismo está em nossas vidas, seguimos para a sua definição. Lembrando que, buscar a definição de algo é importante e muitas vezes necessário, mas definir algo é, também, (de)limitá-lo. Portanto, colocar linhas e limites que talvez danifiquem a compreensão do todo. Espero, então, instigar a curiosidade de vocês e os incito a pesquisar mais sobre o assunto para melhor compreensão do mesmo.

  A palavra "turismo" deriva das palavras inglesas tour e turn, a primeira delas não têm uma real tradução, e a segunda, significa girar, retornar ou até tornar. O que dá a ideia de um percurso com ida e volta.

  Segundo o Dicionário Houaiss, foi somente no século XX que a palavra "turismo" foi introduzida na língua portuguesa.

  Fuster (Teoría y técnica del turismo, 1971) explica que a palavra "turista" foi publicada pela primeira vez em um dicionário inglês (The shorter Oxford English dictionary) em 1800. E continha a seguinte definição: "Aquele que faz um tour ou tours. Aquele que faz isso por recreação; quem viaja por prazer ou por cultura, visitando um número de lugares objetos de interesse, cenário ou semelhante."

  Uma das primeiras definições impressas de turismo consta no Dicionário Manual de Economia, Política Social e Administração (Handwörterbuch der sweizerischen volkswirtschaft, sozialpolitik und verwaltung), em 1905, do autor Eduard Guyer Freuler. No dicionário, Freuler explica que o turismo é um fenômeno atual que explica-se através da nossa constante necessidade de descanso e de estar em lugares diferentes, em novos ares, de entrarmos em relações com diferentes povos, do bem estar que vem de estar em contato com a natureza, entre outras coisas.

  "Turismo é o conjunto das relações e fenômenos decorrentes das viagens e estada de forasteiros, desde que não vinculados a alguma atividade produtiva nem com residência permanente no destino" (p. 21), é assim que os autores suíços Walter Hunziker (1899-1974) e Kurt Krapf (1909-1963) - considerados por muitos os pais do estudo do turismo moderno – definem turismo em seu livro Tratado de Uma Teoria Geral de Turismo (Grundriss der Allgeimeinen Fremdenverkehrslehre) em 1942. E é a partir deste livro que inicia-se uma visão mundial, e mais próxima à realidade, de uma nova linha de estudos turísticos mais baseadas nas ciências (sociologia, economia, estatística, geografia, etc).

  Desde então, muitos autores fizeram suas próprias definições de turismo, acrescentando algo e moldando a palavra, para que a definição chegue cada vez mais perto da nossa realidade. Destaco aqui, alguns nomes importantes que ajudaram na contribuição da atual definição de turismo: Swink, Borman, Josef Stradner, entre vários outros. E, todos esses definiam como turismo, basicamente, a ação de ir a outro lugar que não o de sua moradia, com objetivo de lazer ou trabalho (há discordância em incluir viagens à trabalho na definição de turismo), e depois retornar para sua casa.

  Na Inglaterra, em 1936, A. J. Norwal acrescenta o elemento gasto às definições de turismo e turista:

"Turista é a pessoa que entra num país estrangeiro sem a intenção de fixar residência nele, ou de nele trabalhar regularmente, e que gasta, naquele país de residência temporária, o dinheiro que ganhou em outro lugar." (NORWAL, apud FUSTER, 1974, p. 17)

  Esse evidenciamento ajuda a preencher o significado de Turismo, pois o turismo não acontece sem gasto de capital. Desde o início, o viajante investe na viagem, desde a compra de passagem ou gasolina para o veículo próprio, hospedagem, alimentação, deslocamento na região da viagem, entre outros. Portanto, torna-se claro, de uma forma resumida, que o turismo só é efetuado se é gasto dinheiro.

 Esse fato também trouxe alguns resultados prejudiciais, pois a partir disso, muitos profissionais começaram a ver o Turismo somente como comércio, o que o simplifica demasiadamente e desumaniza a atividade. Explico melhor esse acontecimento no artigo Turismo: indústria ou fenômeno? .

  O autor mexicano, Oscar de La Torre, faz uma das definições mais atuais - em 1992 - do que é turismo, e segue a linha dos autores que definem turismo como um fenômeno social, e defende que a interação humana - seja econômica, cultural ou outras - é o que define o turismo.

  E finalmente, a definição oficial de Turismo, que é válida por todo o mundo, é respaldada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial de Turismo (OMT), que o definem como:

"A atividade do viajante que visita uma localidade fora de seu entorno habitual, por período inferior a um ano, e com propósito principal diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado."

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Fontes:

NETTO, Alexandre Panosso. O que é turismo. São Paulo: Brasilense, 2010.

BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo: 17.ed. São Paulo: Papirus, 2003. http://recil.grupolusofona.pt/handle/10437/665 - acessado em 27/04/18